9 de jan. de 2025

Seleção de faixas Sonic Youth


O ano era 2011 e fiz essa seleção de faixas do Sonic Youth, escolhendo uma música de cada álbum, separando os MP3 em uma pasta compactada e compartilhei no Mediafire. 

Claro que o link não existe mais e hoje eu resolvi trabalhar de graça pra bigtech Deezer e criei essa playlist:








26 de out. de 2012

(psico) Delia Derbyshire


Eu nunca escondi o quão filógino é meu gosto pela arte, principalmente a música. A arte feita por mulheres ou com temas femininos sempre desperta uma curiosidade instantânea em mim.

Quero voltar numa cena de Londres na década de 60, pra falar de Delia Derbyshire, que bem antes de eu nascer trabalhava com música, criando sons e desenvolvendo técnicas que definiram a maneira de produzir música que conhecemos hoje. E ela suspeitava que isso fosse acontecer:
"What we are doing now is not important for itself, but one day someone might be interested enough to carry things forwards and create something wonderful on these foundations." - Delia Derbyshire
Meu primeiro conhecimento sobre Delia Derbyshire foi pesquisando sobre música concreta e minimalismo, mas só agora me aprofundo em sua obra. Pra começar, ela estudava matemática mas se interessava por música. Foi recusada para trabalhar na editora Decca, que na época não contratava mulheres (a mesma editora que recusou os Beatles), mas conseguiu um emprego em uma empresa que trabalhava com música para rádio, teatro e documentários.

Delia então entrou para o time da Workshop Radiophonic da BBC, uma espécie de oficina onde ficavam os técnicos de som da emissora BBC e lá criou o tema de abertura de um programa chamado Doctor Who, que não faço idéia do que se trata mas foi o que deu visibilidade a Delia, não apenas pela popularidade do programa, mas pela polêmica de ter sido composta por uma simples técnica e não um músico. A BBC se negou a dar os créditos a Delia pela composição deste e de muitos outros trabalhos.



Tenho escutado o disco An Electrical Storm do The White Noise, projeto de Delia Derbyshire, David Vorhaus e Petter Zinovieff, com uma forte pegada psicodelica em pleno 1969. Eu sou leiga em discos daquela época mas aquela sonoridade me parece muito ousada. Uma ousadia em amplo sentido é a faixa My Game of Loving:



Delia, que gostava mesmo era de trabalhar com fita magnética, estilete e gravador de rolo, parece não ter simpatizado muito com a chegada dos sintetizadores. Na década de 70 foi se afastando da música e passou a exagerar no consumo de álcool. Levou uma vida bem moderna e desregrada para seu tempo, transitando na linha tênue que separa o gênio do louco.

Somente entre 2000 e 2001 Delia retomou o contato com produção, colaborando para o projeto E.A.R. - Experimental Audio Research de Peter Kember, quando declarou:
"Now without the constraints of doing ‘applied music’, my mind can fly free and pick-up where I left off.” - Delia Derbyshire.
Mas infelizmente naquela altura Delia já estava abalada por um cancer e faleceu logo em seguida, ainda em 2001, deixando para o mundo uma nova noção de sonoridade, influenciando muitas bandas e, confesso, entrando pra lista de mulheres que me inspiram.

2 de mar. de 2012

Tape Art - Iris Simmons

Trabalho artístico maravilhoso de Iris Simmons, de Princeton - EUA.

Vale a pena entrar no flicker dela e apreciar uma por uma.

Estas abaixo fazem parte da série Ghost in the Machine, com retratos de músicos feitos a partir de fitas k7 e retratos de atores feitos com bobinas de filmes.

Ao todo são 54 imagens, além de Patti Smith, Jimmy Hendrix e Bob Smith, tem Kurt Cobain, Bob Marley, Jim Morrison, The Beatles e vários outros ícones da música.



13 de abr. de 2011

Silversun Pickups

Mês passado postei um clipe da banda Silversun Pickups, que assisti por acaso numa dessas playlists do youtube. O clipe em questão me desagradou por ser uma cópia descarada de Dirty Boots do Sonic Youth.

Apesar do desagrado mantive-me aberta a ouvir melhor o som dos caras, afinal, se beberam na fonte do Sonic Youth para o clipe, talvez tenham bebido também musicalmente.

Bem, segundo a página do wikipedia a banda cita Sonic Youth, My Bloody Valentine, Pixies e Velvet Underground como influências, mas o som deles está mais pra uma mistura de Smashing Pumpkins, Lemonheads e Jesus and Mary Chain. 

Já defini anteriormente que pesquisar um som no youtube é o xaveco, baixar um cd é a ficada, baixar a discografia é o namoro e comprar cds/dvds originais é o casamento. A princípio o Silversun Pickups não empolgou muito no xaveco, mas vou arriscar uma ficada.





6 de abr. de 2011

Drosóphila

Minha tarde de trabalho hoje foi carregada de sono e não havia café que me despertasse. Quando acabei o sexto copo de café foi inevitável cantar:
"Bebi todo café que se pode beber... quero viver da falta do que fazer."
Não Tô Afim - banda Drosóphila.

Conheci o Drosóphila no Urbanus Bar em São José dos Campos, numa noite em que tocaram Drosóphila, Wonkavision e meus amados Jerks. Não me recordo em que ano foi, mas creio ter sido entre 2000 e 2002. Também não me recordo com quem fui a esse show, mas sei que eu estava solteira... e bêbada. Talvez tenha sido mais um daqueles shows que eu ia sozinha, na fé.

Depois de um tempo descobri que meu companheiro de "violão, praça e vinho", Leo era primo da Elaine, baixista do Drosóphila. Ele me emprestou um cd da banda e eu nunca mais devolvi. Confesso que hoje esse cd está totalmente riscado, mas eu nunca mais deixei de ouvir Drosóphila graças ao Trama Virtual. É o tipo de som que você pode ficar ouvindo o dia inteirinho que não cansa.

A banda nasceu em Santos em 2000, mas parecia estar migrando para São José, já que a vocalista Ana Pimentel mudou-se para terras joselitas. Nenhum dos integrantes se dedicava totalmente a música, todos tinham seus trabalhos e isso tornava o trabalho da banda meio lento. Ficavam meses sem dar notícias de shows, anos sem lançar músicas, anunciavam mudanças de formação, mas sempre estavam presentes nas emergentes redes sociais divulgando o trabalho. Infelizmente no ano passado Ana Pimentel anunciou o fim definitivo da banda.

Mas a minha vontade de ouvi-los ainda não chegou ao fim.

25 de mar. de 2011

Direito Autoral e Ecad em crise

Tenho acompanhado de perto o debate sobre o Direito Autoral no Brasil e a (in)eficiência do ECAD quanto à distribuição de valores para os artistas. Decidi publicá-lo na integra por ter entendido que o artigo abaixo deixou o ECAD sem resposta, sem argumentos para garantir que cumpre sua função sem ferir os direitos de quaisquer artistas:


Quando alguém vai gravar um CD de música é necessário tirar o ISRC, o Código Internacional de Normatização de Gravação, uma espécie de CPF digital da composição. Com esse código, o fonograma, que é a música gravada, passa a ser identificado na extensão dos seus titulares de direitos autorais e conexos, dentre outras informações, do tipo procedência, gênero e data de gravação original. Assim, toda vez que uma música é executada, a leitura do ISRC oferece o nome dos seus titulares e até a percentagem dos seus direitos.

No Brasil, o ISRC pode ser emitido por qualquer uma das nove associações de autores e essas associações devem encaminhar o relatório de cadastro de fonogramas ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, Ecad. Com um banco de dados informatizado e farto, o Ecad tem tudo para fazer um controle eficiente da execução pública, inclusive no que se refere às canções apresentadas em shows e eventos, com base nos borderôs fornecidos pelos promotores, na hora de pagar o Direito Autoral.

Do mesmo modo que emitem o ISRC para fonogramas, as associações são responsáveis também pela emissão do ISWC, o código de referência internacional para a identificação de obras musicais, não necessariamente gravadas. De sorte que o Ecad tem em mãos todo um ferramental que o torna apto a administrar a arrecadação e a distribuição dos direitos autorais dos titulares vinculados às suas associações filiadas. Essa é a teoria, pois na prática há dois graves problemas nesse esquema: um de obrigatoriedade na arrecadação e o outro de falta de transparência na distribuição.

No meu artigo, intitulado “Ana de Hollanda e o Direito Autoral” (DN, 30/12/2010), replicado no portal Cultura e Mercado (24/02/2011), defendi que algo precisa ser feito nessa dissonância administrativa, para que os autores não fiquem à mercê do cartel do Ecad, montado em um sistema de excelência tecnológica e policialesca para arrecadar, mas cheio de corpo mole e de “deficiência prática” na hora de distribuir. A superintendente executiva do Ecad, Glória Braga, considerou o meu posicionamento uma “infeliz declaração” no artigo “Resposta do Ecad a Flávio Paiva”, publicado naquela revista blog (14/03/2011).

Ela ressalta que “o Ecad não pode ser considerado um cartel, pois as atividades de arrecadar e distribuir direitos autorais não são de natureza econômica, já que a música não pode ser caracterizada como um bem de consumo a ser ditado pelas regras de concorrência”. Eu diria que apesar de as associações que mantém o Ecad serem entidades sem fins lucrativos, elas existem por motivação econômica e, por terem o monopólio da arrecadação e da distribuição dos direitos de terceiros, inclusive de não associados, guardam a característica de cartel.

Em sua réplica ao meu artigo, Glória Braga argumenta que se o artista filiado a qualquer das associações “não estiver satisfeito, seja com a política adotada seja com a presidência de sua associação, que busque outra opção”. Como buscar outra opção se o sistema de gestão do Direito Autoral relativo à execução pública tem controle exclusivo do Ecad? Os autores que não aceitam essa ingerência compulsiva precisam de alternativas legais. Talvez seja possível criar um selo que distinga as criações musicais controladas pelo Ecad, de modo que as demais possam construir outras trilhas.

Desta forma, muitos artistas brasileiros poderiam se livrar do recolhimento do pagamento de direitos autorais ao apresentarem suas próprias obras. Considerando que do jeito que está a certeza de não receber perde de longe para a certeza de ter que pagar, alguns recorrem a termos de “renúncia”, mas é tão complicado convencer o Ecad a aceitá-los que em muitas ocasiões sai mais “barato” pagar e esquecer que se pagou. Em sua resposta, a executiva do Ecad conclui que “sem nenhuma supervisão do Governo, essa estrutura distribuiu, em 2009, R$ 318 milhões para 81.250 criadores de música”. Esqueceu de informar que no mesmo ano a entidade reteve R$ 65 milhões na rubrica “taxa de administração”.

Com o potencial de recolhimento de direitos autorais por parte de algumas empresas do mercado de mídias, provedores e buscadores digitais, provavelmente serão registrados aumentos na arrecadação e na distribuição. Nesse cenário surge o fantasma da falta de transparência no repasse dos recursos aos titulares. A superintendente executiva do Ecad diz que “todas as informações sobre o trabalho da entidade estão disponíveis no site www.ecad.org.br”, porém o que de mais próximo com transparência se vê no portal da entidade é um ranking de artistas com maior rendimento.

O Ecad não teria perdido sua atração de entidade de autores, caso tivesse trocado a política de conluio com os majoritários pelo desenvolvimento de uma política de respeito aos minoritários. Tomando como base os números oficiais do próprio Ecad, “que representa atualmente os direitos autorais de execução pública de 342 mil titulares de música”, menos de 24 por cento dos autores recebem qualquer repasse da entidade, numa total falta de senso de prestação de contas, de noção de equidade e de compromisso com os associados. Somente a adoção de boas práticas de governança salvaria o Ecad dessa crise de desconfiança na relação com as suas partes interessadas.

Entre os defensores do Ecad em sua forma atual é comum ouvir a queixa das dificuldades de receber o pagamento de quem tem o dever de pagar Direito Autoral e não paga. Muitos usuários já estão pagando a empresas de comércio de conteúdos pela internet para ter acesso a bens intelectuais, mas as parcelas destinadas a direitos autorais não estão chegando aos criadores. Usam essa dificuldade de arrecadar para justificar a dificuldade de “fazer justiça distribuindo migalhas, por mais sofisticado que seja o sistema de distribuição”. Acontece que essas migalhas têm dono e, como não existe uma regra clara da destinação desse dinheiro alheio, o Ecad perde força entre os autores e, consequentemente, na sua luta para arrecadar.

O raciocínio de que é praticamente impossível distribuir valores extremamente insignificantes tem sentido. Todavia, esse juízo não vale para quem se sente ultrajado em seu direito. Imagino que se fosse delimitada pelo menos uma fronteira para a viabilidade dos autores receberem os repasses devidos pela execução pública de suas obras, o mal-estar da falta de transparência seria reduzido. Neste caso, a prestação de contas com os minoritários somente seria efetuada quando o interessado alcançasse um determinado valor a receber. Para isso, seria necessário que o autor de obras de baixa freqüência de execução pudesse acessar no portal do Ecad a evolução do seu ganho.


O fato de qualquer autor cadastrado em qualquer das associações que constituem o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais poder acompanhar, por um sistema de busca elementar, a movimentação financeira resultante do seu trabalho já seria um grande avanço na aproximação do Ecad com os criadores que lhe dão razão de ser. Infelizmente o problema não é de cunho tecnológico, mas de ausência de discernimento por parte dos controladores da instituição. Enquanto a sociedade reclama a flexibilização de obras para fins de uso pessoais e educacionais (não comerciais, não publicitários, não religiosos e não políticos) a direção do Ecad fecha-se em seu despotismo e apenas diz que não é bem assim.

3 de fev. de 2011

2 de fev. de 2011

Uma tal de Madonna

Pois veja só essa:


"O blog Perez Hilton publicou, nesta quinta-feira (27), uma carta de rejeição emitida pela Millennium Records quando a cantora ainda era desconhecida.

No documento, o presidente da gravadora, Jimmy Ienner, afirma que ele reconhece em Madonna as bases de uma grande artista, com boa produção e uma imagem forte. No entanto, o presidente acreditava que ela ainda não estava pronta para assinar um contrato.

Ao final da carta, Inner ressalta que estava recusando a artista naquele momento, mas que esperava por novidades no futuro." Fonte CifraClubNews

O cara tem uma gravadora e rejeita uma cantorinha talentosa chamada Madonna. Pouco tempo depois desabrocha nela a rainha do pop. É um documento comprovando o azar que o cara teve na vida.

Sim, a Madonna é a rainha do pop. E acho que ela se tornou tal não por causa de seu talento, mas por causa de sua visão. Ela sempre soube que não veio ao mundo pra cantar, isso vários artistas fazem. Ela veio pra cantar, compor, produzir, dançar, planejar, inovar e ditar as regras do mundo da música. É ela quem manda, é ela quem comanda. Ela sabe a hora certa de sumir, ela sabe a hora certa de voltar. Ela não fala, ela faz.

Nunca fiz questão de comprar um álbum dela, nem baixar na íntegra, mas já assisti alguns dvds de shows que me deixaram boquiaberta. Ela entendeu antes de todo mundo que era preciso investir em shows porque se ficasse na dependência da venda de cds perderia dinheiro, assim, montou verdadeiros espetáculos e continuou rachando de ganhar dinheiro. Não acredita? Clica AQUI.


[ ao som de Tipo Uísque ]